UCP

Hoje, enquanto falava com a minha FADUNXA no messenger, apercebi-me que este semestre que teve início na semana passada, será o último semestre em que estaríamos todos juntos. Por coincidência, a única pessoa que falta, sou eu.
Pergunto-me até que ponto, não seria melhor estar na companhia das pessoas que me acompanharam nos dois anos da Católica.
E respondo-me que esses, são meus amigos. Juntos ou separados, continuaremos "juntos". Com os nossos jantares, viagens, leituras e tertúlias. E a experiência que me é proporcionada todos os dias, em erasmus, é única e irrepetível. Mais que as aulas, aqui torna-se muito importante o relacionamento inter-pessoal. Algo bastante importante na minha área. Aqui, mais que os meus conhecimentos, desenvolvo a minha pessoa.
Muito provavelmente, em vez de acabar o curso em três anos, vou acabá-lo em três anos e meio. E por muito que isso possa aborrecer ou preocupar os meus pais, eu acredito que vale a pena o tempo "perdido". Porque na realidade, não é um tempo perdido, antes pelo contrário. Têm sido meses em que me tenho dedicado a descobrir-me a mim própria e o valor que a minha vida tem. A identificar os vários pontos que podem e devem ser modificados.

Aqui, em Milão, conheci uma pessoa fantástica. Alguém que todos os dias me ensina muito mais que aquilo que se aprende nos livros ou nas aulas. Alguém que me mostra o outro lado da medalha, sempre. Alguém que me ensinou que se pode fazer reset e recomeçar tudo de novo. Alguém que me mostra que na realidade "eu não sou melhor do que ninguém". Nem sequer sou melhor que o Bin Laden. Porque não sou mesmo! O Pedro Schiappa é das melhores pessoas do mundo. Tem sempre a palavra certa (mesmo quando quer dizer fogão e diz frigorífico!). O Pedro está em Erasmus e todas as sextas-feiras, dá explicações (ou estudo acompanhado, como prefere chamar) a crianças emigrantes e com dificuldades. O Pedro todos os dias de manhã, arruma a loiça que ficou a secar do jantar. O Pedro não condena ninguém. O Pedro faz e não exige nada em troca. O Pedro acredita que falta de dinheiro não é razão para as pessoas não poderem fazer. Dá do dele e não espera receber de volta. Mesmo quando sabe que a pessoa,tem possibilidades de pagar. O Pedro abdicou das férias de verão, para ir em missão para as Honduras. O Pedro é muito crente. Eu não. E isso não é impedimento de termos criado uma amizade tão forte. (AH! E o Pedro Schiappa, é um dos filhos da minha educadora de infância)

Por isso meus queridos amigos "católicos", fiquem felizes por mim. Sorriam porque eu estou bem acompanhada. Festejem as alterações que o meu ser tem vindo a sofrer. Quando nos reunirmos todos, abracem-me.
Aproveitem todos os minutos que têm uns com os outros. Nunca se sabe as voltas que a vida pode dar. Perdoem, mesmo aquele que acham que não merece ser perdoado. Dediquem-se a todas as pessoas, sem excepção. Arranjem a paciência que vos falta para estar com as pessoas que vos tiram a paciência (só assim, poderão ajudar a uma mudança de atitude). Acreditem que o pouco que fazemos pelos outros, é o muito que contribuimos para a humanidade. E principalmente, sejam felizes. Porque uma pessoa feliz, cativa logo outras tantas para junto de si. E façam um esforço para ter sempre na memória, todos os minutos que passámos juntos, todos os minutos que sorrimos, todas as vezes que sofremos juntos e até aquelas em que chorámos juntos.

UM BEIJO ENORME CHEIO DE SAUDADES
DESTA VOSSA AMIGA QUE ESTÁ
PRESTES A SER TIA!